quarta-feira, 7 de abril de 2010

E o glamour?

Ai, olha a hora!
E tudo tem um fim. Mesmo que não seja definitivo, mas tudo é ciclico. Tem começo, meio e fim.
As vezes a gente, ou eu, se confunde e acha que o meio é o fim ou que o começo já deveria ser o meio e enfim; é aquele forôrô!
Nosso último espetáculo em cartaz, acabou a temporada no Ruth Escobar e lá vamos nós resolver o problema do transporte do cenário pro nosso galpão.
Como nem tudo é só luxo, brilho e glamour.
Temos que desmontar, carregar, organizar e levar as peças da peça pra serem guardadas. Daqui a pouco teremos que utilizá-las novamente nas viagens. Então, temos que acompanhar de perto. E quando digo acompanhar é modo de dizer, porque botamos a mão na massa em cada uma das fases que compõem a montagem e desmontagem de um espetáculo.
Fazer arte sempre foi uma coisa árdua e não vai ser pra mim que vai ser diferente.
Enquanto eu descia as escadas do camarim que dão pro saguão, carregando um pedaço da escada do cenário, pensei: Cadê o Grramour?
E olha que é uma mudança com muita coisa.
Primeiro organizamos os figurinos, perucas, adereços e depois partimos pro cenário propriamente dito.
E quem disse que o caminhãozinho parecia caber aquele monte de coisas?
Mas fizemos caber.
O teatro é alugado por uma faculdade de teatro e nesses dois dias nos deparamos com os nossos futuros colegas de profissão. Eles estão na fase de achar que fazer teatro é só glamour!
É uma fase lúdica do processo.
Eles não imaginam que um ator que se propõe a trabalhar de verdade, precisa as vezes carregar seu próprio cenário. Cuidar do seu figurino e pentear sua própria peruca, quando tem.
- É de que peça esse cenário?
Me perguntou um, curioso com tanta coisa.
Um ator que se produz, tem que botar a mão na massa.
A gente está sempre com um olho no peixe e outro no gato.
Muitas vezes antes de entrar em cena estamos cansados, irritados por a luz não estar como deveria ou o som ter dado problema minutos antes da abertura da cortina.
A realidade é dura.
Colocamos as coisas no caminhão e fomos antes que a chuva nos pegasse.
A lona que havia sido colocada pra proteger o cenário virou um monte de tiras.
E os rastelos que resolveram cair em plena avenida?!
É uma lokura do inicio ao fim!!
Mas é isso.
Bola pra frente e quem venha novas emoções...
Pelo menos eu tenho historias pra contar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posso continuar? Hãn?!