quarta-feira, 14 de abril de 2010

Castela

...Ai!
Naquele 14 de Abril de 2001, começou como todos os outros.
Depois de acordar as 10, sai fui ao cinema e depois fui fazer escova pro espetáculo a noite e como meu cabelo de escova fica parecendo uma vassoura de bruxa. Tinha que ser feito um tempo antes pra que pudesse baixar e ficar descente pro espetáculo!
Estava em cartaz com O grande amor, uma peça maravilhosa em que fazia um casca grossa que batia nas irmãs e xingava os pais a mesa! Um gentleman!
Acabou o espetáculo e a Thais veio me dizer toda afobada:
- Walter, o Fabio morreu!!
- Hân?! Que Fabio?
- O Fabio, morreu!
Eu realmente não fiz nenhuma conexão com ninguém.
Eu só conhecia um Fabio, um amigo que havia conhecido num curso de cinema ministrado por Wilson Rodrigues e onde havia conhecido também a Thais.
O Fabio era um ator histrionico! Tinha a minha idade ou um pouco menos.
Nos conhecemos em 95, 96 e passamos por muitas aventuras e desventuras!
O Fabio tinha o dom de inventar loucuras e quando não inventava, embarcava nos meus devaneios.
Lembro dele numa apresentação de um infantil com um vestido de bolinha.
Ele como tantos outros amigos, resolveu largar o teatro e arrumar um emprego e tocar a vida.
Uma pena realmente.
Ia sempre ver meus espetáculos e eu sabia que no fundo, no fundo ele sentia muito por não estar ali!
Com o Fabio ensaiei em praça pública, na república, no metrô Tiradentes e no parque da aclimação!
E não foi um ensaio, ficamos anos ensaiando nesses lugares e inventando historias as mais estapafúrdias que se poderia imaginar.
O Fabio vivia num mundo só seu ou pelo menos nos fazia acreditar no seu mundo, onde as coisas eram realmente mais fáceis.
Aficcionado por gibis, armou uma historia louca, cheia de enigmas e estratagemas pra conquistas uma menina. Assim era o Fabio Castela!
Fomos ao cemitério e lógico que eu num cemitério fico tresloucado, depois de  muito rodarmos, chegamos na sala onde estava o corpo.
É uma sensação terrível ver uma pessoa com quem você conviveu morta.
O Fabio sempre serelepe, saltitante, cheio de presepadas e macacaquices, ali parado.
Naquele final de semana, ele tinha ido com os amigos para a praia e lá, resolveu entrar no mar. A praia cheia de buracos que nem sei como chama isso, mas sei que tem um nome. Acabou dragando, o jovem e promissor Fabio.
Uma pessoa fantástica!
O tempo vai passando e você vai notando os lugares vagos no seu albúm ...

Tem alguém aí???!

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