terça-feira, 2 de março de 2010

Recanto de paz?


- Aí, não tem ninguém aqui pra me atender??!!

Ela franzia a testa, e batia o pé, calçada com aquelas sandálias Frankestein!
Eu sentado ali naquela fila a algumas horas (2), levantei a sobrancelha e medi a fubanga de cima a baixo. Era bonita, apesar de mau educada, meio fora de forma... gorda mesmo.
Era só o que faltava, um barraco no cemitério!!
Tem coisas que não adianta esperniar, tem que se fazer. Eu precisei ir ao cemitério resolver uma pendengas.
Faz 14 anos da morte da minha mãe e aproveitando o período de "férias", fui resolver o caso.
O negócio não começou bem, desci anos luz de onde seria o cemitério.
Sempre que vou ali acho que é mais perto de onde realmente é. Tudo bem!!
Respirei fundo, apertei os olhos e fui.
Aquele sol me castigou.
Cheguei no centro do cemitério tinha uma primeira sala. Um caixão, sozinho e uma senhora e uma criança sentadas na porta. Pelo jeito que se comportava aquela mulher não tinha nada a ver com o morto!
Pensei rapidamente que não queria ser aquele morto, ali, sozinho na sua última parada!
Cheguei na administração, tinha uma fila com duas senhoras e uma única atendente. Ao fundo um quadro com o nomes dos mortos do dia e o horário que seria despachados pra terra dos pés-juntos!
De vez em quando ouvia-se um grunhido, um lamento, um choro!
Tinha uma criança na fila, os cabelos parecia que não havia sido apresentado a lei da gravidade. Se fosse colorido podia-se dizer que tinha cabelo de algodão-doce.
Ela ia na sala onde estavam os mortos e voltava pra contar pra mãe toda feliz. Parecia que tinha visto uma coisa maravilhosa.
- Ela estava deitada assim, mãe!
E dava um sorrisinho.
Como criança é um bicho esquisito!!
Eis que chega uma moça, maaaagra!
Camiseta desbotada azul, maior que ela uns 4 números, calça grudada, meia canela laranja, bolsa vermelha combinando com... (?) o cabelo, unhas marrons e uma cara de sofrimeeento absoluto. Não sofrimento pelo suposto morto, não, sofrimento na vida mesmo. Cara de judiada.
Parou ignorou a fila e perguntou:
- Reginaldo já chegou?
- ?? A moça que atende.
- Ele ia ser sepultado aqui!
A moça pediu pra ela ir verificar no quadro dos mortos do dia!
Ela foi até a porta e gritou:
Isaíaaaaaaaaaa, Vem, ele tá aqui!!!
E passou, na sequência veio um moço mais parecido com um encosto de tão esquisito que era. Eu assustado, olhei pra senhora do lado pra ver se ela fazia algum gesto que denunciasse que também estava vendo aquele ser humano!
Minutos depois ela passou resmungando:
- Não gosto de cemitério!
E foi embora seguida pelo guarda-costas mais magro que ela. O Reginaldo ainda não tinha chegado.
Eu estava olhando pra tudo aquilo e imaginando que a administração deveria funcionar 24 horas, porque chega morto a toda hora. De repente fui interrompido pela gorda que grunia de raiva, angustia.
- Moça, eu comprei esse jazigo e preciso que alguém me atenda!
- Ninguém vai me atender não?
Eis que entra Magila, o gorila, deveria ser o marido dela!
Bateu no balcão e gritou:
- Quem vai atender ela?
- Moça minha mãe está no carro!!!
- Nós trouxemos ela do cemitério do Araçá!
Fiquei pensando:
- Gente, essa gorda sequestrou o cadaver da mãe do velório?!
Veio um outro atendente, sem nenhuma compaixão ao desespero da moça.
- Ela está como?
- Numa caixinha!
Cuspiu a Gorda com certo nojo, desespero e sei lá mais o que de sentimento.
- Cara, arruma uma pessoa pra tirar ela de lá!! (rosnou o ogro)
- Cadê o recibo?
- han?!!!
Desesperou-se a gorda, mexendo na bolsa que mais parecia um saco de sequestrar crianças.
- Eu, eu deixei no outro cemitério...
Pensei:
- Bem feito! Ninguem mandou furar a fila.

2 comentários:

  1. Garoto mau! Coitada da gorda.
    Participa do meu concurso heim!

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  2. Vc não pode sair de casa mais, tudo vira noticia no QTBF.
    kkkkkkkkkkkkkk
    Que meda de vc.
    E a gorda achou o recibo da véia morta?

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Posso continuar? Hãn?!