segunda-feira, 29 de março de 2010

Calango, não!!!

Aí, Préa!!?

Eu nasci no sertão nordestino, num janeiro empoeirado. A rua Tiradentes não tinha sido calçada e o barro imperava por ali.
O sol de rachar me deu de presente uma marca no nariz e algumas sardas, então era carinhosamente chamado de amarelo sardento!
Que lindo, meiiigo!
Eu sempre gostei de andar com os pés descalços. Isso me deu um engrossamento na sola do pé digno dos personagens retratados por Portinari.
Ainda lembro da sensação da terra quente queimando o solado dos meus pés.
Mas tudo isso não me impediu de ser um magrelo cheio de quereres.
Então, nem adianta me oferecer um delicioso prato de quiabo que não como nem por decreto real...
Ah, é! estamos numa república.
Apois!
Préa, um primo selvagem dos camundongos muito apreciado por aquelas bandas. Tô fora!!!
Abobóra, maxixe, beringela, chuchu, peixes, lulas, enguia, sururu, aquele bichinho que cresce dentro dos coquinhos...
Aaaaargh!!!!
Nem adianta vir com aquela conversa:
- Mas no nordeste você comia calango!
Quem disse?
Nem calango, nem palma, nem chique-chique, nem macambira...

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