sexta-feira, 26 de março de 2010

Cadê o botão ejetar?

Aí, meu pai e agora?!!

Quem nunca esteve em cena e na hora de pegar um determinado adereço e ele não estava lá?
Só quem já passou por isso, sabe o desespero que é!
O palpitar, a falta de ar, a pressão que sobe pro rosto... é uma sensação terrível.
O pior é que quando isso acontece, é sempre com alguma coisa essencial para a cena acontecer.
Aqueles segundos parecem séculos.
É como se toda a platéia soubesse o que está acontendo naquele momento.
A vontade é de apertar o botão e sumir ou sair correndo mesmo. Mas não dá, não pode!
O desespero é seu e se extende a toda a coxia. Os bastidores viram uma loucura. Primeiro dá uma pausa no tempo, é como se o tempo congelasse e depois é correria pra ver se alguém consegue salvar a situação.
Quando algum colega mais ligado tem a sorte e a inspiração de resolver é um alívio, mas normalmente todo mundo vira umas baratas tontas correndo não se sabe pra onde!
E quando você está em cena e não sabe o que fazer pra ajudar o colega?
Ou quando o colega sai de cena pra tentar resolver e você fica sozinho pra resolver o problema?
Esses momentos são impagáveis para um ator.
Eu já fui abandonado em cena depois de 5 meses em cartaz, numa cena onde eu não falva absolutamente nada!
Tomei um susto e improvisei. Enfiei a cabeça num baú e falei umas bobagens até que conseguisse entender o que poderia estar acontendo.
A atriz que na cena vestia somente um maiô, estourou as alças quando ela entrou em cena, lindo!
Ela saiu tentou arrumar alguém pelas coxias que entendesse aquela mímica desesperada e voltou pra cena.
Ninguém percebeu, mas eu quase tive um infarto!
Atuar requer prontidão, sempre!
Tudo, absolutamente tudo pode acontecer numa representação.
Outra vez, eu estava dando meu texto e uma barata resolveu entrar em cena e disputar a atenção comigo. Percebi a primeira fila toda se encolhendo. Olhei pro lado e sem pestanejar pisei na aspirante e arremessei-a pra fora de cena.

Comigo não!

2 comentários:

Posso continuar? Hãn?!