Ai, Dona Maria vai um quilim de tumati?!
Minha infância foi rica de figuras interessantissimas!
Altinha era uma figura que viveu em DG (Delmiro Gouveia, minha cidade natal), devia ter uns 70 anos curtidos no sol, num tempo em que protetor solar era ficção científica!
Ela parecia aquela velhinha de quem quer ficar com mary, lembra?
Era quase mitologica. Devia ter 1,45 de altura no máximo. Magra que podia ser dublê de louva-deus, era um cabide.
Cara alongada, lenço colorido na cabela na cabeça. Vestido acima dos joelhos pra mostrar as perninhas finas!
Sempre de batom e rouge. Eu sempre achei que aquele rouge, era batom cuidadosamente aplicado nas bochechas e espalhado com o dedo circularmente!
E pó, claro, sempre num tom acima ou abaixo do da pele dela, mas ela nunca esquecia o pó.
Assim ela ia, rua acima, rua abaixo.
Minha avó paterna que gostava de uma maledicência dizia sempre: Lá vai a coro velho!!!! (?)
Altinha, estava sempre vestida pra uma festa. Punha seu melhor vestido e ia pra feira. Não que fossem os melhores ou mais bonitos vestidos, mas eram os melhores e mais bonitos que ela possuía.
Ela era dona de uma banca de verduras e legumes.
Mas eram os piores legumes e as piores verduras que podiam existir numa feira.
Normalmente estavam murchos e eu sempre me perguntava: Quem raios compra essas coisas?
Essa minha avó dizia que ela saia pela feira catando as verduras descartadas e colocava pra vender em sua bança!
Será?
Eu nunca soube se era verdade.
Mas pensando bem fazia sentido.
Altinha era louca!!!
Mas tinha gente que comprava...
Dizia a lenda que ela era muito namoradeira.
Então se tinha quem comprasse seus legumes e gente que saia com ela...
É, tem gosto pra tudo, tudo mesmo!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Posso continuar? Hãn?!