quinta-feira, 21 de julho de 2011

Marryana e o buso

Marriany não perdia a esperança, mas os últimos acontecimentos tinham lhe deixado bem desanimada.
Mas precisava estar alerta, atenta.
Entrou no ônibus e já deu uma vasculhada rápida pra ver se tinha alguém interessante pra ela jogar um charme.
Avistou um rapaz no fundo no ônibus. Ela fixou o olhar e sentou.
A sorte estava lançada.
Será que ele tinha percebido?
Ela sentiu quando ele veio chegando e sentou do lado dela.
Era um tipão. Grandão, forte, cabeça raspada. Marry ficou embevecida. Será que ia tirar a barriga da miséria?
Era quase bonito...dava pra passear no shopping de mãos dadas!
Ele sentou bruscamente.
Preciso puxar assunto. Vai que esse é o homem da minha vida.
- Oi!
- Você tava olhando pa mim?
- (envergonhada) hum run!
- Tá dando mole no meio da noite, gata?
- Oi?
- Passa a grana, baranga.
Marryani não acreditou naquilo. Ele falou isso sorrindo, baixinho.
- Fica quietinha que não pega nada.
Ela olhou em volta e ninguém tinha percebido o que estava acontecendo. Parecia que o sangue tinha subido todo pra cabeça e sumido de repente. O pavor tomou conta da moçoila.
- Moço, por f...
- Passa a grana, porra!
Marry ainda soltou um muchocho e deu a bolsa pro bandido. As lágrimas saltaram-lhe dos olhos.
- Prazer.
Ele levantou, deu sinal e desceu como um relâmpago.
Ela abriu o berreiro.
- Aaaaahhhh!
Uma moça do banco de trás tentou acalmá-la.
- Moça fica calma. O importante é que você está bem. Motorista, pára numa delegacia.
- Tudo bem, ele só levou a marmita. Meus documentos estão aqui nessa outra bolsa....
Num impeto louco, ela abriu a janela e gritou:
- Filho da puta, baranga é tua mãeeeeee!!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posso continuar? Hãn?!