sexta-feira, 4 de março de 2011

Saco branco

Seu Antonio com seus 72 anos, viúvo, aposentado e sozinho, não  ligava muita pra muita coisa.
Vivia.
Gostava de uma conversa fiada no boteco e até ariscava uma cerejinha de vez em quando.
Ele sempre gostou de se olhar pelado no espelho, mas ultimamente não estava valendo muito a pena.
Há 20 anos, lembrava, tinha percebido os primeiros pentelho branco no saco. Foi um baque!
Mas como tudo na vida, acabou se acostumando.
Até porque ultimamente encontrar um pelo preto em seu corpo era motivo de alegria.
Aquele pentelho era a lembrança da sua juventude.
É, ainda não inventaram tinta pra resolver isso, Seu Antonio!

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