sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ardida - Parte 2 ( Amparo)

Ali no Cabaré de Narcisão, além das meninas e de sua irmã, vivia o Véio Zuza que ajudava servindo, buscando mantimentos e Ildomar que era o quebra galho de todas as horas e de quase todos os casos.
Se o problema era de mais fácil resolução era a ele que as meninas recorriam. Não importunavam Narcisão!
Ele era camarada, compreensivo, era o ombro das regateras da Rua do prêá.
E isso requeria muita, mas muita paciência mesmo!
Elas não escolhiam hora, nem assunto. Surtavam e ele tinha que resolver.
Em troca tinha comida, roupa lavada, casa e a proteção de Narcisão!
Pra ganhar um troco se prostituia de vez em nunca com alguma corôa precisada. Ia em loco resolver a questão!
Mas as meninas não davam trégua. Muitas vezes de madrugada tinha que ir consolar a infeliz desencatada de amor.
- Eu quero morrer Ildo, morrer!
- Calma!
- Morrer. Quem sabe se eu morrer, ele não liga pra mim. Quero morrer, mortinha!
E ele tinha que fazê-la voltar a si, antes que Narcisão soubesse daquilo tudo. Que ai a cinta comia sem dó!
- Ildo, Ildo, me ajuda.
- Quê foi?
- Ela foi descolorir os pentelhos. Pra buça ficar exótica, exótica, e tá toda queimada nas partes.
E lá ia ele acudir a coitada.
- Ildo, a galega tá doida. Comeu uma mão cheia de pimenta. Estribuchou e caiu dura!
- Já chamou os polícia pra levar pro hospital?
- Tamo esperando.
Era assim a vida de Ildomar. Ele auxiliava a todos a qualquer momento, mas nas noites em que precisava de apoio, de conselho, não tinha ninguém. Não tinha um colo!
Sofria sozinho.
Muita vezes adormeceu chorando com uma dor enorme no peito!

Não perca a 3ª parte na próxima Sexta

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