sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ardida - Parte 1 (Verbo DAR)

Beta era uma menina pobre, mal tratada, franzinha.
Vivia num brega.
A princípio a pergunta era como uma menina tão doce, meiga, de cara ingênua, se deixava maltratar pelas outras fregas daquele estabelecimento?
Mas Beta, fã de uma cantora americana, tinha ido para o Cabaret de Narcisão por vontade própria. Ela gostava de dar.
Dar mesmo!
Desde muito cedo.
Tinha 16 anos e um vulcão no meio das pernas.
Levantava cedo e ainda com a escova na boca não deixava a bacurinha sossegada.
As vezes apanhava por tomar o macho de alguma colega.
E briga no brega era coisa feia.
Betinha Trombuda tinha várias cicatrizes de briga.
Tapas na cara era normal em sua vida.
Quando não estava dando, sua função predileta, estava lavando ou arrumando o salão.
E já que tinha que fazer, fazia com gosto, cantando com todo o ar que tinha nos pulmões.
Beta não tinha medo, nem recusava cliente.
Dodó, um cliente com problemas mentais, era levado pela mãe ao brega 1 vez por mês. Era sempre atendido por uma frenha diferente.
Não era exigência dele, mas nenhuma se sujeitava duas vezes.
Nascisão já tinha estipulado que a que ele escolhesse teria que ir sem choro nem vela.
Maninha Cotó tinha sido a da vez, mas ela já tinha servido Dodó uma vez e tinha jurado nunca mais repetir a dose. Naquele dia Beta se infezou e disse aos berros.
- Tão com pena? Xibíu aqui é pra quê? Vamo, seu fiu da peste, vamo fudê!
   Vocês são uma covardas!
Pegou Dodó pelo braço e topetuda foi pro quarto.
15 minutos depois ouviu-se um grito. Beta adentrou o salão correndo, as pernas escorrendo sangue.
- Ele é um jegue no tamanho e um cavalo no trato.

Na próxima Sexta a 2ª parte

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