Baile Tumpinambá

E mais um evento garimpado por miss Matsura nos levou pros confins de sampa.
O que será que tem num feijão gordo?
O baile tinha esse diferencial, ofereceria um jantar com esse prato que nenhum de nós sabia o que poderia ser.
E lá fomos pro interior pro Clube Esportivo Tupinambá. Entre uma rua e outra fomos tomados por uma fome avassaladora. Ficamos todos igual os retirantes na seca de 1919.
Chegamos e já na porta, encrencaram com os nossos sapatos. Que no caso eram tênis. Super transados, mas andar de tênis nesses lugares é sacrilégio.
- Se vocês prometerem ficar sentados...
- Ok.
O salão como sempre fervilhava de casais e se juntasse a idade de todo aquele povo daria alguns milênios!
As mulheres pra lá de vividas eram na sua grande maioria loiras. Essa cor pega melhor nos fios brancos, certo?
Os homens quase sempre davam a impressão de terem assaltado um defunto maior que o numero do paleto deles. E sempre com ombreiras grandes!
Sentamos perto do palco.
Notei que naquele baile não poderia faltar um leque pras senhoras e uma toalhinha pros cavalheiros.
Alguns vestidos eram longos, loooongos e longa era a fila do tal feijão que começou a ser servido as 10 horas.
Parecia a fila da distribuição da sopa. A fila da fome!
A marlene logo se animou:
- Ouvi dizer que tem feijão gordo preto e branco. Quero experimentar os dois.
- Não pode repetir não! O prato é padrão.
- E se eu pagar a parte?
- Ai pode, se não não pode!
Todo mundo comeu e saímos de lá pra fazer um lanche porque a porção só deu pra atiçar as nossas lombrigas.
E lá fomos nós de São Caetano pro Centro de sampa a procura de um lugar pra matar a fome. Os estomagos roncavam, ora em sincronia, ora alternadamente.
Quando já estavamos na Ipiranga perto de preencher aquele vazio no estamago, fomos parados por uma blitz.
E não é que os documentos do carro estavam vencidos?!
Êêêhhh, noite boa!
Nada que uma pequena propina não tenha resolvido!