quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ainda assim, eu gosto do ônibus

Lá estava eu, num dos meus roteiros loucos, quase no horário de pico com uma tempestade se formando lá fora!
Cupecê sentido Sta Cruz e de lá Butantã!
Esperei uma eternidade na fila de um ponto final que descobri atrás do Shopping.
E aquelas meninas pareciam hienas no cio falando alto, se esfregando e lendo torpedos num volume ensurdecedor!
Me diz, alguém me diz, se elas estavam ali de corpo presente uma do lado da outra, pra quê passar torpedo?
Adolescente tem realmente uns divertimentos que me fogem a compreensão.
Só pra completar minha tormenta, o homem a minha frente começou a fumar. Fumar!!!!
Pof! Pof! pof!
Eu já tinha esquecido do cheiro do cigarro!
Me senti pendurado num gancho de um açougue de quinta: Costelinha defumada!
E lá vamos nós, logo após o ônibus chegar. Sentei, abri meu livro, botei meu fone e eis que o ônibus começou a encher. A ficar abafado.
E um homem de proporções inenarráveis. Sabe, pra lá de bem nutrido? Ele poderia ficar um ano inteiro sem comer que não morreria!
Eu pensei:
- Meu Deus ele vai sentar aqui!
E sentou, do meu lado. Me espremeu!
Eu me arrumei e mal conseguia respirar.
Ele colocou os fones e dormiu! Profundamente.
Não dava mais pra ler. Ele roncava alto, mas num volume que parecia estar confortavelmente em sua casa!
O ônibus inteiro virava pra ver quem era aquele vulcão prestes a explodir!
Era um sono tão profundo que ele engasgava com própria baba!
- Meu Pai, daqui a pouco ele começa a babar em mim!
Começou a me dar um desespero!
Quanto mais eu me afastava mais ele avançava o espaço!
Não podia mudar de lugar, não podia descer porque estava atrasado.
A única coisa que me restava era rezar, rezar pra que aquela praga não me esmagasse ou me afogasse num monte de baba!
Ah, mas mesmo assim, eu ainda gosto de andar de ônibus!

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