sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O natal de Odaila

Ai, as voltas que o mundo dá!

Odaila arrumou as malas de Reuby e Rael. Eles iriam passar o natal com o pai em São Paulo.
Sairam 3 dias de viagem pra ver Djan, que um dia foi seu grande amor.
Agora não passava de um traste. Mas era o pai daquelas crianças!
Chegaram em São Paulo, pegaram o metrô, outro, um ônibus. Desceram no ponto final. Agora era só uma pequena caminhada. Como era grande São Paulo!
Reuby estava faminto e Rael não parava de reclamar.
Odaila quebrada de tanto caminhar e arrastar aqueles dois, não via a hora de poder descansar os ossos.
- É aqui?
Odaila verificou mais uma vez no papel que continha o endereço. Era aquele número mesmo.
Procurou uma campainha, não tinha. Bateu palma mesmo.
Gritou.
Não tinha ninguém.
E agora?
Sentaram. Já que temos que esperar que seja sentados.
Reuby acabou adormecendo. Rael se distraiu com uma poça d´água em frente a casa.
Odaila não acreditava que aquilo estivesse acontecendo.
Eis que D.Aleir chegou.
- Quê que vocês tão fazendo aqui? Djan, tá em Minas. Foi visitar a familia da nova muler dele.
- Ah, é?!
- Sim, senhora. Vieram fazer o quê aqui?
- Quem é, mãe?
- Sua vó, meu filho!Tomem a bença. Vem Rael!
- Não precisa não, menino. Então, Odaila, ele só volta depois das festas!
- É?! Mas eu nem tenho onde deixar os meninos. Eles vieram passar o natal, a gente tinha combinado.
- Se combinou, não combinou direito. Ele num tá e eu não vou assumir essa responsabilidade. Quem pariu Mateus que balance, né!?
   Volta depois das festas.
- Mas D. Aleir. Eles tão com fome, cansados.
- Você me desculpe viu, Odaila. Se quiser um gole d´água, eu até arrumo, mas não posso ficar com esses meninos.
E agora? O que ela iria fazer? estava tudo esquematizado.
Ela iria deixar as crianças e iria pra casa de um amigo que ela tinha conhecido nos classificados.
Era a única pessoa que conhecia, além do ex-marido.
- Fica aí, Rael. Reuby! Acorda, meu filho!
Foi na venda da esquina, comprou duas fichas. O dinheiro era pouco, não dava pra uma cartela.
E lá foi pro orelhão.
- É Odaila! Eu sou amiga de Cassino. Ele tá?
Voltou toda alquebrada.
- Que foi, mãe?
- Nada Reuby! Cassino não pode dar dormida pra todos nós!
   Meu pai, amanhã é natal e eu nesse enrosco.
Odaila pegou os meninos pelos braços e saiu em direção a sabe-se lá onde.
...
Aquele não seria um natal bacana.

Feliz Natal pra quem tem onde!

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