sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Jesusssss!!!

Aí, já??? De novo??
Nossa, a trinta e poucos anos atrás eu me preparava pra dar as caras no mundo.
Mesmo não tendo a cara que gostaria é bacana pensar que estou vivo, ainda!!
E parece que foi ontem. Tenho lembranças tenras da minha infância que tirando o que houve de ruim foi muito boa.
Os hospitais que frequentei, e olha que foram muitos; os terreiros de macumba, as benzedeiras, os velórios que tinham algo de mágico, de estranho. Eles sempre passavam na minha porta e eu corria pra ver mesmo que de soslaio. Lembro de um que passou quando eu tinha uns 4 ou 5 anos ao som de Luiz Gonzaga na radiola da vizinha. Era uma criança, sempre era, azulada de olhos esbugalhados. Como morriam as crianças naquela época!
Nossa quanta coisa, quanta gente, quantas alegrias, quantas tristezas.
Tenho uma lembrança da minha mãe numa das várias madrugadas me acalentando, tentando me fazer dormir. E isso depois de ter trabalhado e chegado a meia noite.
Minha mãe era espartana!!
Acho que nunca conheci alguém feito daquele material. Por isso que mãe só tem uma.
Nem sei se aguentaria mais que uma, mas se ela ainda estivesse aqui me bastaria.
...(que aperto no peito)
É muito dolorido pensar que as pessoas somem, desaparecem e você nunca mais as vê!
Mas as sente!!
Lembro do meu irmão chegando em casa enrolado numa manta vermelha, de cara emburrada desde pequeno.
Da felicidade em casa quando minha mãe chegou com meu pai e aquele embrulho. Uma casa enorme pra mim, era do tamanho de um campo de futebol!!
Meu irmão foi cuidadosamente colocado numa cama forrada com uma colcha amarelo ovo de chenilli, coisa fina!
Eu, como toda criança, morrendo de ciúme. Mas acho que no fundo eu sabia que aquele pedaço de gente me acompanharia durante muito tempo. Mais que qualquer outra pessoa.
Me lembro das várias vezes que adormeci com ele segurando no meu dedo.
E as latas de neston. Minha mãe exibia aquela parede de latas com um orgulho!!!
As viagens de carroça ao sítio do meu avó.
As história ao redor da fogueira, contadas por minha tia num tom assombroso na escuridão da noite.
Que saudade de tudo. As vezes tenho saudade de mim!
Tenho a sensação que me perdi em algum lugar e me encontro sem me reconhecer... (?)
E o tempo, passa. E o tempo voa. E a vida não espera por ninguém!!
Eu sempre achei que ia ser a pessoa.
E sou, pra um grupo seleto, mas tento fazer a diferença.
Não creio que vá agradar a todos, afinal isso nem Cristo conseguiu!!

Parabéns a todos por me aguentarem por tanto tempo.

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